Patricia Morehead, 83 anos, compositora e oboísta canadense, acaba de chegar acompanhada pelo marido Phillip, a sua quarta viagem ao Brasil. Nas duas primeiras, esteve em Campos do Jordão para o Festival de Inverno da cidade paulista. A terceira foi a Gramado (RS) e agora está em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Veio prestigiar a 17ª edição do Festival Internacional FEMUSC, a convite de Alex Klein, idealizador e diretor-artístico do festival, principal evento-escola não competitivo do país.
“Sempre soube que seria possível atrairmos pessoas do exterior que gostariam de conhecer o Brasil a partir de Jaraguá do Sul e é o que está acontecendo, estão amando”, diz Alex, que foi aluno de Pat Morehead na adolescência.
Fã da música brasileira, Patricia, ou simplesmente Pat, tem sido vista em todas as salas de aula e nos vários espetáculos produzidos pelo FEMUSC, dos clássicos aos dedicados exclusivamente à MPB. “Vocês têm tudo aqui, os africanos, indígenas e os europeus, essa mistura é linda e a música de vocês é maravilhosa”, diz animada logo depois de um passeio turístico à Praia de São Francisco do Sul, litoral catarinense.
A vinda ao Brasil foi um presente antecipado de aniversário que deu ao marido. “Onde iríamos encontrar um lugar como o FEMUSC, que reúne música clássica, música antiga, a música brasileira e tudo isso com altíssima qualidade?”, entusiasma-se Patricia, acostumada a turnês musicais pela Europa, China, Canadá e Estados Unidos.
De acordo com Alex Klein, Pat conhece grandes oboístas, e já trabalhou ao lado de grandes maestros, mas o forte dela é a composição. “Pat está vivendo plenamente a música no apogeu de sua vida”, afirma.
Ensaiando uns passos de samba, mesmo com a dificuldade imposta por duas placas de titânio que tem nos joelhos, Patricia diz que a música para ela, antes de tudo, é sobre o movimento. Confessa que quis ser bailarina, mas um acidente precoce a removeu do desejo. “Cheguei a dançar o ‘Dying Swan’ (A Morte do Cisne) aos 15 anos, mas caí no palco”, conta às gargalhadas. Uma das grandes peças para ela é “O Pedro e o Lobo”, fábula musical, escrita pelo compositor russo Sergei Prokofiev em 1936. “Meu marido teve que esconder o disco porque eu ouvia sem parar”.
Pat não se cansa de aprender, em todas as conversas inclui palavras ou frases inteiras em português, que mistura com um pouco de espanhol e outro tanto de italiano.
Sobre planos futuros, diz que gostaria de voltar mais vezes ao Brasil, mas o sonho mesmo é viajar pra lua. Quem conhece Patricia Morehead tem certeza que ela vai conseguir.
Patricia Morehead
Além de compositora e oboísta, PatMorehead também é professorae foi fundadora e ex-diretora artística do CUBE (Contemporary Chamber Ensemble, Conjunto de Câmara Contemporânea). Sempre ligada às causas de inclusão de mulheres na música, Patpresidiu a Aliança Internacional das Mulheres na Música e a organização Compositoras Americanas do Centro-Oeste.
Fundou ainda o Fórum de Compositores na Merit Music School, organização sem fins lucrativos de Chicago (EUA). Ensinou composição online em Vermont e em várias universidades. Participa atualmente do 6Degrees (6 graus). Fundada em 2010, o grupo de cinco mulheres compositorasse dedica a escrever e interpretar composições femininas, criado pela musicista, educadora e poetisa Regina Harris Baiocchi.
Patricia Morehead fez sua estreia em 1977 no Carnegie Hall em Nova York e se apresenta com frequência na Europa, China, Canadá e Estados Unidos.
Mais informações sobre Patricia Morehead, acesse www.patriciamorehead.com
Sobre o FEMUSC
Considerado um dos mais importantes do gênero, o Festival Internacional FEMUSC 2022 foi criado em 2006 por iniciativa do maestro brasileiro Alex Klein. Sua proposta foi tornar realidade um sonho pessoal: democratizar, popularizar e internacionalizar o aprendizado de música erudita no Brasil, através de um festival pedagógico/profissional.
A 17 ª edição do Festival Internacional FEMUSC ocorre de 16 a 29 de janeiro de 2022. Durante os 14 dias, serão realizadas mais de 50 apresentações abertas ao público, incluindo concertos de alto nível artístico internacional. Este ano o Festival faz uma homenagem ao bicentenário da Independência do Brasil e a Semana da Arte Moderna de 22.
Serviço:
17ª edição do Festival Internacional FEMUSC
De Até 29 de janeiro de 2022
Local : Auditório do Centro Cultural SCAR
Transmissão ao vivo: https://www.youtube.com/user/institutofemusc
Informações: festival@femusc.com.br
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