Musicista da Costa Rica, Catalina Guevara Klein reforça a presença de mulheres do Festival Internacional FEMUSC!

 

Faz um ano e meio que a musicista costa-riquenha Catalina Guevara Klein criou a fundação canadense Mount Parnassus, dedicada à inclusão de profissionais mulheres em orquestras e grupos de música antiga. Graduada em interpretação histórica pela Juilliard School em Nova York, Catalina coleciona muito mais que experiências isoladas positivas na integração artística feminina a um ambiente dominado por homens. Um estudo recente realizado na Inglaterra (Donne Foundation), por exemplo, apontou que, na temporada das grandes orquestras mundiais de 2019 e 2020, apenas 8,2{8f2ff89eec915130d1e382d53ae3afd02ddd92ceda7357ccf093ec11644765fc} dos concertos incluíam pelo menos uma peça de uma compositora mulher.   

 

Mesmo em plena pandemia, Catalina quis mais e, em 2022, é dela a escolha do grupo docente (de mulheres, claro) do Festival Internacional FEMUSC, de Santa Catarina,  o mais importante do gênero de evento-escola do país, e que busca este ano a formação de 5 mil músicos no Brasil.  

 

Para mostrar a que veio, Catalina trouxe mulheres para a liderança artística e administrativa do evento. Estruturou apresentações, entre elas um concerto sobre Juana Ines de La Cruz, ou simplesmente Sóror Juana, uma das principais escritoras do século 15, poetisa barroca, filósofa, dramaturga e freira. A homenagem à Sóror Juana, ou a décima musa como é conhecida,  vai contar com instrumentos da época, como violino, flauta doce, fagote barroco, violoncelo, cravo, percussão, voz solista e um coral de 4 vozes. O evento ainda incluirá a música de compositores inspirados pela poesia de Sóror Juana, além de declamação de poemas da musa.  

 

Dos 23 professores do FEMUSC em 2022, 14 são mulheres que trabalham em equipe com Catalina, Ariane Raizer, Sheila Pires, Haline David. “Quando apoiamos o trabalho de uma mulher, valorizamos o trabalho de uma comunidade, do mundo inteiro”, afirma a musicista. “Quando ensinamos uma menina, abrimos oportunidades de forma igualitária”, conclui a musicista. 

 

Para a edição de 2022 do FEMUSC,  Catalina trouxe a Fundação Mount Parnassus com o objetivo de valorizar e reforçar o papel da mulher na área da música antiga. “Nosso trabalho na Fundação passa obrigatoriamente por apoiar a carreira das mulheres, no sentido da inclusão, mas também da justiça social, pilar desde sempre fundamental para o FEMUSC’, diz Catalina, que conta também com o maestro Alex Klein, parceiro no desenvolvimento de estratégias para a inclusão de mulheres no Festival. 

 

Com apoio do governo de Alberta, no Canadá, a Mount Parnassus promove aulas, viagens, bolsa de estudo, aquisição de equipamento e aprendizado musical para meninas jovens musicistas. Para além do trabalho desenvolvido, Catalina faz questão de ressaltar a importância de movimentos que tragam a discussão constante sobre igualdade de gênero. “Precisamos muito mais que entender a desigualdade, precisamos desconstruí-la”, afirma.     

 

Fundação Mount Parnassus   

A Fundação Mount Parnassus tem o nome inspirado no Monte Parnaso, que, na mitologia grega era considerado a pátria dos artistas e reunia nove musas para inspirar os participantes por meio da poesia, filosofia e música. A Fundação pretende organizar anualmente um festival barroco, em Alberta (Canadá), para trazer músicos reconhecidos, artistas e mentores do Canadá e do exterior.  

 

FEMUSC 

A 17ª edição do Festival Internacional FEMUSC acontece de 16 a 29 de janeiro em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. O evento vai trazer homenagens ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao bicentenário da Independência do Brasil.   

 

Durante o festival, estão programadas cerca de 50 apresentações, que serão transmitidas ao vivo pelas redes sociais do FEMUSC. Acompanhe toda a programação pelo site www.femusc.com.br 

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